segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Toques de Cabeça, por Laurinha O'Doe

O VITOR E EU

Marilyn500

Rompi com o Vítor há muito tempo. É sempre difícil recordar o amor – os anos passam e acabamos a perguntar-nos: será que estava realmente apaixonada ou apenas a enganar-me? Seria realmente amor ou apenas ilusão? Mas tenho a certeza de que, em relação ao Vítor, o sentimento era real. Eu amava o homem.

Quanto a ele, há que ser honesta: ele não me conhecia. Na verdade, nunca pensou em mim. Nem sequer uma única vez. Mas, no início, isso não me desanimava. Admirava-o. Acreditava nele e nem sequer pensava que pudesse ser tão porto-limitado. Claro, sabia que era cioso do seu Fecepê, mas nessa altura eu acreditava que isso era apenas uma afeição como qualquer outra. Que estupidez!

Seja como for, comecei a desiludir-me com o Vítor bastante cedo – justamente por causa do Fecepê e remonta a Outubro de 2004. Toda a gente viu naquele Benfica 0 – Porto 1 que o petardo do Petit ultrapassou a linha de golo. Toda a gente, menos o árbitro (o que naquela altura era normal) e o Vítor. Afinal era incapaz de advogar honestamente em causa própria. Logo aí, o meu coração ficou de pedra. As pessoas usam expressões destas em sentido metafórico, mas, se o coração consegue ficar de pedra sem ser metaforicamente, foi o que aconteceu comigo em relação ao Vítor. Eu tinha fé nele. Tinha a certeza de que, apesar de ferrenho, ele nunca negaria as evidências. Como seria possível? Mas foi e negou. Afinal era igual aos outros. Foi assim: Adeus, dragão. Estou fora. Nem penses em telefonar-me. E, já agora, se o teu telefone tocar, a tua mulher atender e desligarem do outro lado, não penses que sou eu porque não sou.

Trago tudo isto à baila porque, há dias, apanhei outra vez o Vítor numa das suas fraquezas. Pela quincomilionésima vez, recalcitrava contra as opções do ex-seleccionador no que respeita à baliza da Selecção. Negando novamente as evidências, reclamava explicações. Explicações? Agora também já as evidências precisam de ser explicadas? Graças à «Nova Gente» (e se esta o diz, só pode ser verdade), toda a gente sabe que o Felipão, quando era Filipinho, roubou a namorada ao seu melhor amigo, quando ele estava a viajar. Aí está a explicação: o sargentão aproveitou as viagens do guarda-redes para disputar a final da Taça UEFA e da Champions League e roubou-lhe o lugar na Selecção, para o oferecer ao Ricardo.

Onde é que está o problema? Acaso alguma vez o realizador do filme «Corrupção» teve de explicar à Soraia Chaves – à bela Soraia Chaves, a sensual Amélia d’«O Crime do Padre Amaro» e a irresistível «Call Girl» de luxo -, a razão da sua preterição por Margarida Vila-Nova nas cabriolices de Carolina com o velho endinheirado?

Scolari não ganhou nada por Portugal, é certo. Mas fez Portugal perder mais que com qualquer outro, porque levou a selecção até onde ela nunca tinha chegado. Perder finais custa. Mas pior (embora não pareça) é a gente não disputá-las. É um facto e só os ressabiados preferem tirar desforra, pela crítica doentia, a aceitarem-no. Para minha máxima dor, ouvi o Vítor acusar o ex-seleccionador de cobardia. Essa não, Vítor: não se acusa ninguém daquilo que todos vêem que ele é. É pleonástico. Pelo menos desde aquela triste cena no final do Portugal – Sérvia (1-1) em que Scolari, fugiu humilhantemente do sopapo de Dragutinovic (valeu-lhe o Quaresma para o proteger), ficou patente que o sargento era medroso.

Tive vontade de agarrar no telefone, ligar ao Vítor e dizer-lhe: «Um campeão não se prende com fait-divers. Esquece. Deixa o palmarés falar». Mas não telefonei. Há anos que não lhe telefono e não vou começar agora.

7 comentários:

  1. "(...) Toda a gente viu naquele Benfica 0 – Porto 1 que o petardo do Petit ultrapassou a linha de golo. Toda a gente, menos o árbitro (o que naquela altura era normal) e o Vítor. (...)"

    Naquela altura e nesta! Que se saiba, a máfia ainda não acabou...

    Ou já?

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  2. Tinha de vir mais um comentário construtivo do nosso "amigo" ...

    Se algum dia as entidades vão investigar os pneus de alguns veiculos que andam por aí a circular, vão estranhar encontrar borracha branca na composição ...e aí eu quero ver os comentários do nosso amigo sobre a "máfia" ....

    Ele realmente há com cada um ... parece aqueles seres vivos que usam palas nos olhos para estarem sempre a olhar para o mesmo sitio.

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  3. Tinha de vir mais um comentário construtivo do nosso "amigo" ...

    Se algum dia as entidades vão investigar os pneus de alguns veiculos que andam por aí a circular, vão estranhar encontrar borracha branca na composição ...e aí eu quero ver os comentários do nosso amigo sobre a "máfia" ....

    Ele realmente há com cada um ... parece aqueles seres vivos que usam palas nos olhos para estarem sempre a olhar para o mesmo sitio.

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  4. Vao trabalhar, depois admiram-se que o atendimento ao cliente é uma bosta!!

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  5. Só hoje tenho oportunidade de colocar em dia o blog (desde sexta-feira)

    Cara Laurinha, dedica-te em exclusivo à pratica dos "barões" porque de futebol pouco percebes.

    Ou então as "lap dance" estão a deixar-te com os olhos retorcidos e também (não queria dizer), mas cá vai, acéfala! Deixa lá o Vitor em paz porque a diferenaça do Vitor para o Scolari é que um ganha finais e o outro perde-as!

    Jorge, publicarei a seu tempo (ainda esta semana). Repararam que toda a gente passou ao lado disso? Até mesmo o nosso expert na matéria: Luis Marques.

    Abraço.

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  6. Eu deixo o Vítor em paz. Ele é que não nos deixa. «Um campeão não se prende com fait-divers. [...] Deixa o palmarés falar».

    Parece que estou a ver dois Vítores... Ai o Vodka!

    Não importa, quanto mais melhor. "Men prefer the blonds."

    Laurinha O'Doe

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