sexta-feira, 1 de dezembro de 2006

Colunista Convidado, por JMMA

Era uma vez em PARIS

Não interessa perder tempo com porquês, mas acreditem que é verdade: estou em Paris!
Em Paris de França, pois claro. A cidade das cabeças coroadas, das cabeças cortadas e, após o último Mundial, também a das cabeças que dão marradas.

Cidade-Luz, dizem. Como? se nesta altura do ano ninguém vê o sol por aqui mais do que 3 horas por dia! Só se for por causa das luzes de Natal. Isso sim, um ah!…

Aliás, em Paris tudo é um ah!

«Fantastique, três fantastic», como dizem os franceses, é, por exemplo, o filme que chegou há dias aqui às salas de cinema: «Quem tramou o Roger Veiga?». Relata a história, tipo banda desenhada, de um agente que se dispôs a defender graciosamente um amigo. O cenário apresenta uma estrutura de andaimes, tubos e paredes revestidas de azulejo, que fazem lembrar aí o nosso conhecido Alvalade XXI. O enredo gira em torno de um Pinto que por acaso não é da Costa. (Já repararam: Porque será que os enredos complicadíssimos metem sempre Pintos? G’anda galo!) Se puderem não percam este «grrrande filme» como dizem aqui os franceses. E esperem pelas sequelas.

Ah! Esquecia-me de dizer: à entrada do cinema oferecem um DVD, «Fiúza e os Minimeus», com a história desastrosa de um ursinho patego que decidiu seguir as pistas deixadas por uns conselheiros macacos. Não fica claro se o bom Vicente, ou o Vil Vicente, como reza a história, terá conseguido sobreviver às urcices do Fiúza, à tramóia dos macacos e ao purgatório da 2ª divisão. «Grrrande, grrrande cena» dizem aqui os franceses!

Passemos à literatura. Então não é que o «best seller» do Natal aqui em Paris é um livro português! E o autor é um super dragão: Fernando Madureira (Macaco). É um réplica ao livro «Sporting 100 Figuras». O título é, neste caso, «FCP 100 Glórias, 73 Paulas, 46 Marineides, 38 Ginas, e outras Playmates. «Grrrand livre, grrrand livre», dizem os franceses.

Quem por aqui passar pode ainda assistir a um divertidíssimo espectáculo de «vaudeville» (tipo revista). Conta a história de um presidente (ou director?) que vem bufar publicamente remoques aos jogadores do clube a que preside. Por um momento dá a entender que vamos ter a oportunidade histórica de assistir à sova, pública e ao vivo, de uns quantos meninos desastrados. Mas não chega a tanto. Termina com o lamento, acho eu que inspirado no último título do escritor Lobo Antunes, «Ontem não te vi em Braga».

Como se pode imaginar, Paris, de facto, é um esplendor. Fica-me só uma «pedra no sapato». Saberá alguém explicar-me porque é que não há aqui francesinhas… como as do Porto? Livra! Também nisto a pseudo hegemonia portista? Quando é que a gente conseguirá ver-se livres destes melgas açambarcadores?

Dessem-me o cachet do Scolari pela publicidade que faz para a CGD e só me apanhavam aí quando o Benfica tivesse ganho o campeonato.

O riso é a alma à procura de alívio. Daqui vos envio «un petit salut d’amitier».

3 comentários:

  1. passem o Homem a "Colunista Residente"!

    Por duas ordens de razão:

    1º É sempre ele o "convidado"

    2º Agora até já consegue ironizar com o "Orelhas" (devem ser do distanciamento geográfico...)

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  2. esqueci-me:

    Caro JMMA,

    Parabéns pelo texto. É o seu melhor de sempre.

    Anóninmo

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  3. sol 3 horas por dia????

    teve sorte no dia em que ca veio...

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